Até próximo ao final da década de 60, toda família tinha como ponto de honra, ostentação de estabilidade financeira e padrão de respeitabilidade na sociedade, um varão religioso, padre ou freira; outro funcionário do Banco do Brasil, e, um terceiro, especial, “Professor”, símbolo do saber e do sucesso profissional. Nessa mesma época, no tradicional Liceu do Ceará, “Professor” era titulado de catedrático mestre e com salário idêntico ao de um desembargador do Tribunal de Justiça do Estado. Este estímulo financeiro atraía para as salas de aula todos os demais profissionais de nível universitário em busca do título de “Professor” e do excelente salário. Quantos renomados médicos, juristas, engenheiros abdicavam suas titulações de origem profissional para ser “Professor” na escola pública. Isto era um orgulho prazeroso, confortando o ego do saber e do respeito no contexto social.
Em menos de meio século, o que era símbolo de nobreza, humilha os que ainda, com bravura, dizem ser professor. E quem está dizimando a profissão mais nobre de todas as profissões? O antipatriotismo dos sucessivos governantes públicos em busca de poder e do enriquecimento ilícito, pois são adeptos do analfabetismo como fonte geradora de eleitor inconsciente, transformado em presa fácil na caça ao voto para eleger e reeleger indignos representantes do povo, nos mais diversos cargos públicos deste país.
Essa gente insensível e antipatriota está dizimando e sepultando o que resta da profissão de ser professor, profissional com salário indigno, equivalente a 10% do que percebe hoje um desembargador do Tribunal de Justiça do Estado. Nem mais precisamos dizer que, antigamente, “Professor” era símbolo das famílias que ostentavam os seus Brasões de Poder, porque, em breve não teremos mais nem as professorinhas do bê a bá. Em curto ou médio prazo, a profissão do ser professor será a mais humilde de todas as profissões neste país, e, em especial no Ceará.
A prova desta realidade está na ausência de jovens nos vestibulares das disciplinas relacionadas ao Magistério Público. Poucos ainda pensam ser professor.
Senhor governador Cid Gomes, a educação dos cearenses, na escola pública, está em suas mãos. Pense e invista no futuro de seu Estado. Sem professor, não há desenvolvimento nem profissional capacitado e com vida saudável.
Todos nós dependemos um pouco do que somos aos nossos “professores”.
Editorial do Programa Educação em Debate sob a coordenação do Sindicato – APEOC.
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