Artistas e cientistas são mais comuns em famílias com histórico de várias condições psiquiátricas.[Imagem: Wikipedia] |
Criatividade e doenças mentais
Pessoas com profissões criativas são tratadas com mais frequência de doenças mentais do que a população em geral.
Há uma associação particularmente forte entre os escritores e a esquizofrenia.
Estas são as conclusões de um estudo realizado por pesquisadores do
Instituto Karolinska (Suécia), o mais abrangente já feito até hoje.
Sempre houve suspeitas e indicações sobre ligações entre profissões
criativas e saúde mental, mas o assunto tem sido objeto de controvérsia
entre os pesquisadores.
O presente estudo acompanhou 1,2 milhão de pacientes e seus familiares, identificados até primos de segundo grau.
Artistas e cientistas
O estudo inicial mostrou que artistas e cientistas são mais comuns em
famílias onde estão presentes o transtorno bipolar e a esquizofrenia,
em comparação com a população em geral.
A equipe então expandiu a pesquisa para várias outras condições psiquiátricas, como transtorno esquizoafetivo, depressão, síndrome de ansiedade, abuso de álcool, uso de drogas, autismo, TDAH, anorexia nervosa e suicídio.
Eles também incluíram pacientes em atendimento ambulatorial em vez unicamente pacientes hospitalizados.
Os novos resultados confirmaram as conclusões anteriores, sobretudo a
de que uma determinada doença mental - o transtorno bipolar - é mais
prevalente em todo o grupo de pessoas com profissões artísticas ou
científicas, tais como bailarinas, pesquisadores, fotógrafos e
escritores.
Escritores
Especificamente os escritores são mais comuns em famílias com a
maioria das outras doenças psiquiátricas, incluindo esquizofrenia,
depressão, ansiedade e abuso de substâncias.
Os escritores também são quase 50% mais propensos a cometer suicídio do que a população em geral.
Além disso, os pesquisadores observaram que as profissões criativas
são mais comuns em familiares de pacientes com esquizofrenia, transtorno
bipolar, anorexia nervosa e, em menor medida, autismo.
Tirando proveito da criatividade
Segundo Simon Kyaga, um dos autores do estudo, os resultados são
suficientes para reconsiderar algumas abordagens às doenças mentais.
"Quando se considera que determinados fenômenos associados com a
doença do paciente são benéficos, isto abre o caminho para uma nova
abordagem para o tratamento," disse ele.
Estas novas abordagens poderão se valer do fato de que a criatividade pode ser treinada, algo eventualmente facilitado pela predisposição familiar.
Fonte: Diário da Saúde
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