Os dados mais recentes mostraram que a partícula descoberta no LHC é "um" bóson de Higgs, mas não "o" bóson previsto pelo Dr. Peter Higgs em 1964. [Imagem: Claudia Marcelloni/CERN] |
LHC 2.0
Após concluir, em dezembro, a primeira fase de grandes testes experimentais à procura de partículas elementares, o LHC
(Grande Colisor de Hádrons), d Organização Europeia para Pesquisa
Nuclear (CERN), na Suíça, só voltará a realizar esse tipo de experimento
em 2015 - quando será aumentada a intensidade dos feixes de raios de
prótons e a energia no centro de massa do maior acelerador de partículas
do mundo.
Durante o intervalo de dois anos, no entanto, a comunidade
internacional de físicos teóricos desenvolverá uma série de modelos
numéricos e simulações para prever os tipos de fenômenos que deverão ser
observados experimentalmente nos detectores de partículas do LHC a
partir de 2015.
Um grupo de pesquisadores do Instituto de Física da Universidade de
São Paulo (USP), por exemplo, iniciou um projeto de pesquisa para
procurar, na nova rodada de experimentos do LHC, sinais de uma nova
Física, além do chamado "Modelo Padrão" - teoria construída nos últimos
50 anos que descreve as interações forte, fraca e eletromagnética das
partículas fundamentais que constituem toda a matéria.
"Os próximos dois anos serão muitos intensos, tanto na teoria como na
simulação, para que em 2015, quando o LHC retomar os experimentos com
prótons com maior intensidade e energia, nós já tenhamos nossas
previsões concluídas, de modo que os físicos experimentais possam
procurar pela nova Física além do Modelo Padrão", disse Gustavo Alberto
Burdman, professor do IF e coordenador do projeto.
Burdman fez parte de uma equipe brasileira que criou uma técnica para detectar partículas cósmicas exóticas.
De acordo com o pesquisador, com a descoberta de um bóson de Higgs
(partícula subatômica hipotética, postulada em 1964 pelo físico
britânico Peter Higgs), se presumiu que o Modelo Padrão da física de
partículas teria sido completamente validado.
A teoria do Modelo Padrão e do próprio bóson de Higgs apresentam,
contudo, lacunas, segundo Burdman, que levam os físicos teóricos e
experimentais a considerar a possibilidade de que exista Física além
dela.
"O fato de o bóson de Higgs ter severos problemas de estabilidade e o
Modelo Padrão não incluir determinadas partículas que observamos nos
levam a acreditar que existe uma nova Física na escala que está sendo
estudada pelo LHC", disse Burdman.
"O aumento da intensidade dos feixes de raios de prótons e da energia
nos testes que serão realizados a partir de 2015 no colisor vão nos
permitir procurar por essa Física além do Modelo Padrão", afirmou.
Fonte: Inovação Tecnológica
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