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Alzheimer detectado no sangue
Cientistas da USP (Universidade de São Paulo) identificaram três
substâncias encontradas no sangue que podem ajudar a entender o
processo de envelhecimento do cérebro.
Ao estudar os compostos envolvidos no chamado estresse oxidativo,
que desequilibra a presença de radicais livres no organismo, os
pesquisadores perceberam que essa desregulação ocorre de forma mais
intensa em pacientes com Alzheimer.
Os resultados abrem caminho para que, no futuro, possa ser feita a
identificação precoce de doenças neurodegenerativas por meio de exames
de sangue.
Atualmente, o diagnóstico definitivo do Alzheimer é feito somente após a morte do paciente com a análise de partes do cérebro.
"Fomos atrás de marcadores [da doença] no sangue, porque trabalhos científicos recentes já consideram o Alzheimer como uma doença sistêmica e não exclusiva do cérebro.
Então a gente acreditava que, se esse mecanismo de estresse oxidativo
estivesse presente na doença, talvez a gente pudesse verificar ela
perifericamente [no exame de sangue]", explicou a professora Tania
Marcourakis.
Alzheimer sistêmico
Foram estudados três compostos presentes no sangue, cujos níveis
variam de acordo com o envelhecimento: monofosfato cíclico de guanosina
(GMP cíclico), óxido nítrico sintase (NOS) e substâncias reativas ao
ácido tiobarbitúrico (Tbars).
Os estudos mostraram que, com o avanço da idade, aumenta a presença da NOS e da Tbars e ocorre uma diminuição do GMP cíclico.
"Com a doença, a gente viu que a Tbars aumenta mais ainda. Vimos uma
escadinha: no envelhecimento ela sobe e com a doença de Alzheimer, sobe
mais ainda. E a mesma coisa ocorre com o NOS, mostrando que são
processos contínuos. Já o GMP cíclico, uma vez que ele diminui no
envelhecimento, continuava diminuindo na doença", expôs Marcourakis.
Esse desequilíbrio leva a uma formação maior de radicais livres.
Marcourakis destacou que os resultados ainda não podem ser
utilizados como diagnóstico de doenças neurodegenerativas, mas avançam
na compreensão fisiopatológicas delas.
"A gente entende melhor a doença. Veja o Alzheimer, por exemplo, ele
não está só no cérebro, está no corpo inteiro, a análise do sangue
mostrou isso", declarou.
Fonte: Diário da Saúde
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