Exoplaneta mais leve já fotografado

A estrela tem que coberta para que sua luz não atrapalhe a observação do planeta, cujo brilho é muito mais fraco.[Imagem: ESO/J. Rameau]
Fotos de exoplanetas
Uma equipe de astrônomos, utilizando o Very Large Telescope do ESO, obteve a imagem de um objeto tênue que se desloca próximo de uma estrela muito jovem.
Com uma massa estimada em quatro a cinco vezes a massa de Júpiter, este pode ser o planeta com menos massa já fotografado fora do Sistema Solar - ainda que ele seja um autêntico peso-pesado.
Embora quase 1.000 exoplanetas já tenham sido detectados indiretamente e muitos mais candidatos aguardem confirmação, apenas cerca de uma dúzia deles foi fotografado diretamente.
A foto direta de um exoplaneta foi feita em 2010.
"Obter imagens de planetas de forma direta requer técnicas extremamente complexas, utilizando os instrumentos mais avançados, estejam eles no solo ou no espaço", diz Julien Rameau (Instituto de Planetologia e Astrofísica de Grenoble, França), autor principal do artigo científico que descreve a descoberta.
O provável planeta aparece como um ponto tênue, mas bem definido, próximo da estrela HD 95086. O objeto se desloca lentamente com a estrela ao longo do céu, o que sugere que este corpo, designado por HD 95086 b, está em órbita em torno da estrela. O seu brilho indica que ele tem uma massa de quatro a cinco vezes a massa de Júpiter.
O planeta orbita a jovem estrela HD 95086 a uma distância de cerca de 56 vezes a distância entre a Terra e o Sol, ou duas vezes a distância entre o Sol e Netuno. O sistema situa-se a cerca de 300 anos-luz de distância da Terra.
A estrela propriamente dita tem um pouco mais massa do que o Sol e encontra-se rodeada por um disco de detritos. Estas propriedades permitiram aos astrônomos identificá-la como um candidato ideal para possuir planetas jovens de grande massa em sua órbita.
"A sua posição atual levanta questões relativas ao processo de formação. O planeta pode ter crescido ao assimilar rochas que formaram o núcleo sólido e depois acumulando lentamente gás do meio circundante de modo a formar a atmosfera densa ou, então, começou a formar-se a partir de uma acumulação de matéria gasosa com origem em instabilidades gravitacionais no disco", explica Anna-Marie Lagrange, membro da equipe. "Interações entre o planeta e o disco propriamente dito, ou até outros planetas, podem ter feito deslocar o planeta do local onde nasceu".
No final deste ano, o telescópio do ESO deverá receber um SPHERE, um instrumento de óptica adaptativa de segunda geração, que permitirá observações ainda mais detalhadas deste e de outros exoplanetas.
Fonte: Inovação Tecnológica

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