Imagem: Wikimedia |
Dívidas trazem outros débitos
Pessoas endividadas são três vezes mais propensas a ter um problema de saúde mental do que aquelas que não estão com as contas no vermelho.
Pesquisadores das universidades de Southampton e Kingston, no Reino Unido, fizeram uma revisão sistemática em todas as pesquisas anteriores que analisaram a relação entre problemas de saúde mental e dívidas.
Na meta-análise, a primeira de que se tem notícia sobre esse assunto, foram combinados estatisticamente os resultados de estudos anteriores que envolveram cerca de 34 mil participantes e suas dívidas.
Os resultados mostraram que as pessoas endividadas têm três vezes mais propensão a ter um problema de saúde mental que aquelas que não têm dívidas.
Menos de 9% dos participantes sem problemas de saúde mental estavam com dívidas, em comparação com mais de 25% dos participantes endividados que apresentavam um problema de saúde mental.
A equipe descobriu também que as pessoas endividadas são mais propensas a sofrer de depressão, dependência de drogas e psicose.
Os resultados também sugerem que quem morre por suicídio tem maior propensão de estar com dívidas pendentes.
O que vem primeiro?
Contudo, o estudo não foi suficiente para estabelecer uma relação causal, ou seja, não é possível dizer se a dívida gera o problema mental ou se o problema mental leva a pessoa a se endividar.
"Esta pesquisa mostra uma forte correlação entre dívidas e saúde mental. No entanto, é difícil dizer o que causa o que," reconhece o Dr. Thomas Richardson, coordenador do estudo.
"Pode ser que as dívidas levem a uma saúde mental pior devido ao estresse que elas causam. Também pode ser que as pessoas com problemas de saúde mental sejam mais propensas a se endividar por causa de outros fatores, tais como um emprego irregular.
"Da mesma forma, pode ser que a relação funcione nos dois sentidos. Por exemplo, as pessoas que estão deprimidas podem ter dificuldades para lidar com suas finanças e entram em dívida, o que, em seguida, joga-as mais profundamente na depressão," avaliou o pesquisador.
Fonte: Diário da Saúde
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