Centenas de genes influenciam altura de cada pessoa

Não existe um "gene da altura", concluem os cientistas. [Imagem: Cortesia Max Planck Institute for Informatics]
O maior estudo já realizado no mundo sobre a influência da genética na altura humana confirmou que não existe nada parecido com um "gene da altura".
Na realidade, centenas de genes desempenham um papel na determinação do quanto cada pessoa irá crescer, além de fatores ambientais, não genéticos.
O estudo envolveu mais de 300 organizações em todo o mundo, que analisaram amostras de DNA de 250 mil pessoas.
Os resultados revelaram 697 variantes de DNA que podem ter influência sobre a altura da pessoa. E, mesmo assim, os pesquisadores acreditam que essa quantidade seja apenas 20% do total de genes influenciando a altura.
"A variante de DNA com o maior efeito sobre a altura tem um impacto de apenas cerca de cinco milímetros, e a maioria das outras variantes têm um efeito muito menor," disse o Dr. Jian Yang, da Universidade de Queensland (Austrália).
Consideradas em conjunto, todas as variantes de DNA identificadas neste estudo podem explicar diferenças de altura de cerca de 11 centímetros.
"Isto mostra que a base genética para a altura não é controlada por um único gene, e nem por um pequeno grupo de genes - existem milhares de genes envolvidos.
"Estima-se que cerca de 80% da altura de um indivíduo normal e saudável seja controlada por fatores genéticos hereditários, e nós só descobrimos cerca de um quinto dos genes.
"Os restantes 20% são determinados por fatores ambientais, como a nutrição e a saúde na infância," concluiu Yang.
O estudo, feito em conjunto por pesquisadores das universidades de Exeter, Harvard e Queensland, foi publicado na revista Nature Genetics.
Apesar de expressões como "gene disso" e "gene daquilo" ainda serem comuns e difundidos por muitos cientistas, hoje já se reconhece a fragilidade desse "determinismo genético".
Por exemplo, o mesmo gene que mata uma pessoa pode não afetar outra. Além disso, um mesmo gene pode ter efeitos opostos em homens e mulheres.
Isto sem contar os efeitos da epigenética, que explicam que, em grande parte, nós somos frutos das nossas experiências.
Texto e foto de: Diário da Saúde

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