Titã é um exemplo de uma neblina que pode indicar condições propícias para formas primárias de vida. [Imagem: NASA] |
Terra alienígena
Como sempre procuram por "vida como a conhecemos", os astrônomos têm usado a Terra como um modelo para procurar sinais de vida em exoplanetas.
Mas isso não significa que teremos que encontrar exoplanetas azuis para encontrar sinais de vida extraterrestre - afinal, a vida na Terra parecido ter surgido bem antes de ela tornar-se azul.
Giada Arney, da Universidade de Washington, nos EUA, optou então por estudar a Terra em seus primórdios, a Terra do período Arqueano, cerca de 2,5 bilhões de anos atrás, algo bem próximo de "um planeta alienígena para o qual temos dados geoquímicos," segundo ela.
Seus dados mostram que a névoa atmosférica em torno de um exoplaneta - como a névoa que provavelmente envolveu e resfriou a jovem Terra - pode não apenas indicar que o mundo é potencialmente habitável, mas até mesmo ser um sinal da própria existência de vida.
Este é um azotossoma, uma estrutura que poderia mostrar vida de um tipo que não conhecemos em uma lua de Saturno. [Imagem: James Stevenson]
Terra laranja
Os dados geológicos sugerem que a Terra primitiva foi intermitentemente envolta por uma névoa cor de laranja produzida conforme a luz do Sol agia sobre moléculas de metano presentes na atmosfera para formar hidrocarbonetos mais complexos, compostos orgânicos de hidrogênio e carbono.
"Mundos cheios de névoa parecem ser comuns, tanto em nosso Sistema Solar quanto na população de exoplanetas que caracterizamos até agora," diz Arney. "Pensar sobre a Terra com uma névoa global nos permite colocar o nosso planeta natal no contexto desses outros mundos e, neste caso, a neblina pode até ser um sinal da própria vida."
Arney e seus colegas usaram simulações fotoquímicas, de clima, e simulações de radiação para examinar a Terra primitiva envolta por uma neblina de "hidrocarbonos fractais", o que significa que as partículas da neblina não seriam esféricas, como usado nas simulações feitas até agora, mas aglomerados de partículas, amontoadas como uvas no cacho, mas menores do que uma gota de chuva.
Essa névoa fractal, concluiu a equipe, seria laranja e teria reduzido significativamente a temperatura da superfície do planeta. Mas o modelo também mostrou que o resfriamento seria parcialmente contrabalançado por concentrações de gases de efeito estufa que tenderiam a aquecer o planeta.
Esta combinação resultaria em uma temperatura média global moderada, adequada ao tipo de vida que se desenvolveu aqui.
A NASA está estudando o envio de um submarino para procurar vida em Titã. [Imagem: NASA]
Biosferas
A neblina alaranjada teria absorvido a luz ultravioleta tão bem que protegeu a Terra da era Arqueana da radiação cósmica, antes do surgimento do oxigênio e da camada de ozônio, que hoje fornecem essa proteção.
Assim, a névoa laranja ajudou no desenvolvimento de biosferas na Terra, e pode igualmente estar atuando em exoplanetas similares.
"No entanto, sabemos que essas névoas também podem se formar sem vida em mundos como a lua Titã de Saturno, por isso estamos trabalhando para descobrir maneiras de distinguir as névoas biológicas das abióticas," disse Arney.
Por outro lado, muitos astrobiólogos alimentam esperanças de que possa haver algum tipo vida não apenas em Titã, mas também em Encélado, Ganimedes e Europa.
Matéria colhida na íntegra em: Inovação Tecnológica
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