A individualidade cerebral é "esculpida" ao longo do tempo, mudando a uma taxa média de 13% a cada 100 dias. [Imagem: Carnegie Mellon University] |
Usando uma nova técnica de imageamento médico, pesquisadores confirmaram que as conexões estruturais no cérebro são únicas para cada pessoa.
E as conexões neurais de cada pessoa são tão únicas que é possível identificar alguém com base nessa "impressão digital cerebral" com uma precisão quase perfeita.
Contudo, diferentemente das impressões digitais tradicionais - dos dedos - a análise mostrou que essas características individuais do cérebro mudam ao longo do tempo.
Esta é uma boa notícia quando o objetivo é compreender o papel desempenhado por fatores que caracterizam o desenvolvimento de doenças - como o ambiente e as experiências impactam o cérebro, por exemplo.
A equipe da Universidade Carnegie Mellon (EUA) usou uma técnica chamada "ressonância magnética por difusão" para medir o conectoma local de 699 cérebros - o conectoma localsão as conexões ponto-a-ponto ao longo de todas as rotas da substância branca no cérebro, em contraposição às conexões entre diferentes regiões do cérebro.
É este conectoma local - que outros pesquisadores já haviam comparado a uma "internet dentro do cérebro" - que se mostrou exclusivo de cada indivíduo, o que permite seu uso como um marcador pessoal. A equipe rastreou mais de 17.000 pontos de identificação, que se mostraram capazes de dizer com quase 100% de precisão se dois conectomas locais vinham da mesma pessoa ou não.
Mesmo gêmeos idênticos só compartilham cerca de 12% dos padrões de conectividade estrutural. E a individualidade cerebral é "esculpida" ao longo do tempo, mudando a uma taxa média de 13% a cada 100 dias.
"A parte mais entusiasmante é que podemos aplicar este novo método a dados existentes e revelar novas informações que estão lá guardadas e inexploradas. A maior especificidade nos permite estudar de forma confiável como fatores genéticos e ambientais moldam o cérebro humano ao longo do tempo, abrindo assim uma porta para entendermos como o cérebro humano funciona ou 'disfunciona'," disse o professor Fang-Cheng Yeh, coordenador da equipe.
Os resultados foram publicados na revista científica PLOS Computational Biology.
Fonte: Diário da Saúde
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