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O chip contém uma microbalança capaz de pesar moléculas de antígeno presentes no soro sanguíneo, fornecendo rapidamente um resultado positivo ou negativo. Imagem: Cleverton Pirich |
Imunochip
Pesquisadores
brasileiros estão desenvolvendo o que eles chamam de um "imunochip",
um pequeno chip capaz de detectar rapidamente três doenças que
assolam o Brasil: dengue,
chikungunya
e zika.
O
chip, que poderá ser fabricado em larga escala a um custo muito
baixo, funciona como um sensor, fazendo o diagnóstico rapidamente -
muito mais rápido do que é possível com os exames laboratoriais
atuais. Para isso, o aparelho não procura diretamente pelo vírus,
mas pelos sinais que ele produz durante a infecção.
"No
nosso sensor, a detecção da doença da dengue é indireta. O que se
detecta não é o vírus, mas um antígeno característico da
infecção. Essa detecção se dá através de anticorpos ancorados
no biossensor, que detectam rapidamente a presença do antígeno no
soro e, indiretamente, nos dá a resposta de infecção",
explicou Cleverton Pirich, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O
imunochip é capaz de detectar a presença de moléculas do antígeno
(NS1) para a dengue em soro sanguíneo, fornecendo um resultado
positivo ou negativo de forma rápida.
Detecção
de dengue na hora
O
sensor é baseado em uma tecnologia conhecida como microbalanças de
cristal de quartzo (MCQ). O termo microbalança se refere à
capacidade desses dispositivos detectarem quantidades de uma
molécula, a exemplo de uma proteína, na ordem de nanogramas
(bilionésimos de grama).
Isso
é possível devido a uma propriedade eletroquímica chamada efeito
piezoelétrico - a piezoeletricidade é a capacidade de alguns
cristais gerarem tensão elétrica como resposta a uma pressão
mecânica, o que permite que esses sensores sejam usados para medir
pressão, aceleração, tensão ou força, convertendo-os em sinal
elétrico.
"No
caso específico do novo imunochip, um sinal elétrico é aplicado ao
cristal e a frequência desse sinal muda quando algumas moléculas de
antígeno (NS1) para a dengue presentes em uma amostra se depositam
sobre o cristal," disse o professor Roberto Manuel Torresi, da
USP, que colaborou com a pesquisa. A resposta é praticamente
imediata. Pinga-se a amostra sobre o biossensor e se obtém o
resultado com precisão. A presença do antígeno (NS1) para a dengue
é determinada a partir de quantidades de 0,03 micrograma por
mililitro.
"O
mais importante para um paciente no diagnóstico não é saber
quantas moléculas de antígeno há na amostra. O que interessa para
ele é saber se está ou não infectado e, caso esteja, começar o
mais rápido possível o tratamento correto. Visando somente um
diagnóstico qualitativo, ou seja, com uma resposta positiva ou
negativa, isso abre margem para o desenvolvimento de equipamentos
mais simples, baratos e acessíveis que cumpram esse propósito,"
disse Pirich.
Matéria
colhida na íntegra em: Diário da Saúde
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