Imagem: Thinkstock |
Quando
o despertador toca, as pessoas que apertam a função soneca,
normalmente, pensam que vão ter mais 10 minutos na cama. Mas o que
pouca gente sabe é que podem ganhar apenas nove minutos para dormir
mais um pouquinho.
Mas
por que nove? Há quem diga que, para responder isso, é preciso
voltar aos anos 1950, quando foi criada a função que permite
repetir o toque do alarme.
Uma
das explicações indica que, inicialmente, as engrenagens dos
relógios estavam padronizadas para ciclos de dez minutos. Mas, para
que a função funcionasse sem que os relógios perdessem a
sincronia, o ciclo de repetição do alarme deveria ser maior ou
menor que dez minutos.
Fabricantes
determinaram que nove minutos seria o tempo indicado para a função.
Apesar de arbitrária, a decisão levanta algumas hipóteses.
Especialistas
dizem que, aos dez minutos, a pessoa entra na etapa mais profunda do
sono e, assim, acaba sendo menor a probabilidade de despertarem com o
alarme.
Outra
hipótese é que dez minutos simbolizam uma barreira psicológica.
Era mais fácil vender um intervalo mais curto, já que os usuários
podiam dizer a si mesmos que a nova função do despertador não iria
afetar sua pontualidade matutina.
Com
os usuários normalmente demoram alguns segundos para reagir e
apertar o botão, acredita-se que pouca gente percebe que a repetição
padrão aconteça em menos de dez minutos.
Quando
os primeiros relógios digitais chegaram ao mercado, a hora era
indicada por cartões numéricos que variavam de zero a nove. E a
função soneca foi colocada na coluna dos minutos, para que fosse
usado um único dígito.
Os
nove minutos de intervalo entre um toque do alarme e o outro acabaram
sendo adotados como padrão. Com a evolução da tecnologia, os
smartphones também passaram a oferecer alarmes e a função soneca.
Alguns
modelos, como o iPhone, da Apple, mantiveram esse padrão. Outros,
como o Google e Microsoft, com o Android e Windows Phone,
respectivamente, não adotaram a numeração - ainda que o número de
minutos a mais possa ser ajustado.
Pouco recomendado
Apesar
de tentador, acionar o modo soneca não é recomendado para quem quer
manter a qualidade do sono. Segundo especialistas, ele não
necessariamente permite um descanso extra. O efeito pode ser o
contrário.
Ao
fazer com o alarme toque novamente dali a alguns minutos, estamos
reajustando o ciclo do sono no cérebro repetidas vezes e isso pode
alterar o estado conhecido como inércia do sono. É possível que,
no segundo ou terceiro alarme, em vez de se reduzir a sensação de
cansaço, ela tenha aumentado.
Por
isso, especialistas concordam que é melhor programar o despertador
para a hora que devemos acordar, em vez de perder a qualidade do sono
nos (talvez nove) minutos entre a primeira vez e a vez seguinte que o
alarme toca.
Matéria publicada originalmente em: BBC Brasil
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