O campo magnético de Saturno torna-se um acelerador de partículas especialmente forte quando as partículas do vento solar atingem-se quase paralelamente.[Imagem: ESA] |
Origem dos raios cósmicos
Há poucos dias, astrofísicos anunciaram ter finalmente comprovado que os raios cósmicos se originam nas distantes e retumbantes supernovas.
Enquanto isso, a sonda espacial Cassini cruzava por acaso com algo que parece ser uma lufada especialmente forte de vento solar atingindo Saturno.
Durante esse evento, os instrumentos da sonda detectaram partículas
sendo aceleradas a energia ultra-altas, similares à aceleração que
acontece ao redor das distantes e poderosas supernovas.
Isso é uma ótima notícia - já que não possuímos ainda a tecnologia
necessária para viajar até uma supernova, a onda de choque que se forma
quando o vento solar se choca com o campo magnético de Saturno, e
provavelmente Júpiter, podem se tornar um laboratório inesperado para
estudar o fenômeno de geração dos raios cósmicos bem na nossa
vizinhança.
LHC do espaço
Já há algum tempo os físicos sabiam da existência de aceleradores de partículas naturais no Universo.
O que não se sabia era o quanto eles podem ser eficientes - e que não precisam estar ligados a eventos raros e explosivos.
Quando atingem o campo magnético de Saturno em um determinado ângulo,
as partículas do vento solar podem ser aceleradas a velocidades
próximas à velocidade da luz.
Segundo os astrofísicos, essas podem ser a fontes dominantes dos raios cósmicos
que permeiam toda a nossa galáxia, e que sempre foram relatados pelos
astronautas como flashes de luz que eles viam mesmo quando estavam de
olhos fechados.
Os raios cósmicos também foram responsáveis pela queda de pelo menos uma sonda espacial, a Phobos-Grunt.
O Universo é aqui
Os cientistas detectaram que o fenômeno é particularmente forte
quando o vento solar atinge o campo magnético em um alinhamento
"quasiparalelo", quando o campo magnético e a "frente" da onda de choque
das partículas solares estão quase alinhados.
"A Cassini essencialmente nos deu a capacidade de estudar a natureza
de um choque de supernova em nosso próprio Sistema Solar, estabelecendo
uma ponte com os distantes fenômenos astrofísicos de alta energia que
normalmente só são estudados remotamente," disse Adam Master, do
Instituto de Ciência Espacial e Astronáutica do Japão.
Fonte: Inovação Tecnológica
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