Os dados são gravados por meio da automontagem de nanoestruturas criadas em quartzo fundido. [Imagem: University of Southampton] |
Memória de cristal
Cientistas demonstraram experimentalmente pela primeira vez que é possível gravar dados digitais em uma memória óptica de 5 dimensões, e depois lê-los com precisão usando equipamentos simples.
A memória é um vidro nanoestruturado - um cristal de quartzo - no qual foram esculpidas estruturas em nanoescala, e os dados foram gravados e lidos usando um laser com pulsos muito rápidos na faixa dos femtossegundos.
A nova técnica de armazenamento alcançou uma densidade que aponta para discos do tamanho de um DVD com capacidade de 360 Terabytes.
Outras propriedades sem precedentes da nova memória óptica são a estabilidade termal até 1.000°C e, ainda melhor, uma vida útil praticamente ilimitada - os CDs e DVDs atuais têm vida útil média de 10 anos.
É por isso que Jingyu Zhang e seus colegas da Universidade de Southampton, no Reino Unido, estão chamando o novo material de "memória de cristal do Super-homem".
Os melhoramentos são muitos em relação ao protótipo original da memória óptica 5D, apresentado em 2011, colocando o dispositivo muito próximo da comercialização.
Memória eterna
Os dados são gravados por meio da automontagem de nanoestruturas criadas em quartzo fundido.
As informações são registradas em 5 dimensões: além dos eixos X, Y e Z de cada nanoestrutura, são usados o tamanho e a orientação de cada nanoestrutura.
Além disso, no protótipo, os dados foram gravados em três camadas superpostas de nanoestruturas criadas no interior do cristal de quartzo, separadas umas das outras por cinco micrômetros.
As nanoestruturas mudam a forma como a luz viaja ao longo do vidro, modificando a polarização da luz, que pode então ser lida por uma combinação de microscopia óptica e polarizador, similar ao sistema empregado nos óculos de sol Polaroid.
Como o laser altera os átomos no vidro, um dado gravado nesta memória poderia ter uma vida útil indeterminada, "para sempre", como dizem os pesquisadores.
"Nós estamos desenvolvendo uma forma muito estável e segura de memória portátil em vidro, que poderá ser muito útil para organizações com arquivos grandes. Hoje, as empresas têm que fazer backup de seus arquivos a cada cinco ou dez anos, porque a memória dos discos rígidos têm uma vida útil relativamente curta," disse Jingyu.
A equipe está agora à procura de parceiros na indústria para comercializar a tecnologia, que será adequada para registros de longo prazo, já que a gravação é definitiva.
Fonte: Inovação Tecnológica
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