A tecnologia de impressão de baterias, células a combustível e conversores termoelétricos já foi demonstrada no protótipo.[Imagem: Jacobs School of Engineering/UC San Diego] |
Ar-condicionado pessoal
Imagine uma simples camiseta que possa aquecer seu corpo à noite ou no inverno, e resfriá-lo nos dias e horários mais quentes.
A ideia do professor Joseph Wang, da Universidade da Califórnia em San Diego, é não apenas dar conforto individual, mas também substituir os grandes sistemas de aquecimento e ar-condicionado, economizando energia.
"Nos casos em que há apenas uma ou duas pessoas em uma grande sala, não justifica o custo de aquecer ou resfriar a sala inteira," defende ele, acrescentando que o resfriamento ou aquecimento em uma base individual poderia reduzir o gasto de energia em prédios e residências em até 15%.
Para demonstrar seu conceito, ele e sua equipe desenvolveram uma camiseta cujo "tecido inteligente" foi projetado para manter a temperatura em 34º C, o que seus voluntários asseguraram ser a temperatura mais confortável.
Tecido inteligente
O tecido é chamado de inteligente porque adapta-se continuamente à temperatura externa. Quando o ambiente fica mais quente, o tecido se contrai, ficando mais fino e, quando o ambiente fica mais frio, o tecido se expande, aumentando de espessura.
"Independentemente se a temperatura aumenta ou diminui em volta, o usuário ainda sente a mesma temperatura sem ter que ajustar o termostato," disse Wang.
A mudança de espessura do tecido é possível com a inserção de polímeros especiais entre as fibras do tecido, polímeros esses que se expandem ou contraem em resposta a alterações de temperatura.
O protótipo também já possui um aquecedor ativo, com eletrodos implantados no peito, que deverá fornecer calor adicional nos dias mais frios. A equipe trabalha agora em um resfriador termoelétrico de estado sólido que possa retirar o calor em excesso nos dias mais quentes.
Além de camisetas e calças, os pesquisadores estão trabalhando em acessórios para esfriar ou aquecer partes do corpo que esfriam ou aquecem mais em resposta a alterações na temperatura ambiente, como a planta dos pés.
Gerador embutido
Os pesquisadores também estão projetando o tecido inteligente para que ele gere sua própria energia.
O tecido vai incluir baterias recarregáveis que irão alimentar os conversores termelétricos, bem como uma biocélula de biocombustível capaz de gerar energia elétrica a partir do suor humano. Todas essas peças - baterias, células termelétricas e biocombustíveis - serão impressos usando uma tecnologia que a equipe afirma já ter desenvolvido.
A ideia cativou o Departamento de Energia dos EUA, que acaba de fornecer US$2,6 milhões para que a equipe aprimore o tecido inteligente e apronte a novidade para o mercado.
"Estamos trabalhando para dar ao tecido inteligente a mesma textura e aparência das roupas que as pessoas usam regularmente. Ele será lavável, esticável, flexível e leve. Esperamos, também, torná-lo atraente e elegante para vestir," concluiu Wang.
Matéria colhida na íntegra de Inovação Tecnológica
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