Por que os caminhões não aproveitam a aerodinâmica?

Resistência do ar no caminhão original (esquerda) e no caminhão aerodinâmico (direita).[Imagem: Petter Ekman]
Os carros de passeio têm-se beneficiado continuamente das melhorias aerodinâmicas, com ganhos importantes no consumo de combustível.
Mas está mais difícil convencer o setor de caminhões de que os pesos-pesados podem fugir dos tradicionais formatos quadrados e retangulares e seus cantos vivos.
Engenheiros da Universidade de Linkoping, na Suécia, estão fazendo mais uma tentativa de mostrar esses benefícios.
Usando simulações computadorizadas para redesenhar um veículo de carga leve, Matts Karlsson e Petter Ekman demonstraram que alterações simples, como o arredondamento da carroceria, geram ganhos de até 12% no consumo de combustível.
E esses ganhos não foram teóricos. Em colaboração com uma empresa transportadora, eles construíram um protótipo com as modificações mais simples e mais baratas desenvolvidas nos simuladores e colocaram o pequeno caminhão para rodar por 100.000 km, comparando os resultados com um veículo original do mesmo tipo.
O caminhão original recebeu pisos autoportantes e teve seções não-estruturais substituídas por peças mais leves. O baú foi arredondado, todos os cantos vivos e arestas foram retirados, as rodas foram parcialmente fechadas e o teto da cabine recebeu uma ligeira inclinação para trás, em um formato parecido com uma asa de avião.
Por que os caminhões não aproveitam a aerodinâmica?
Protótipo do caminhão leve consumiu 12% a menos de combustível e gastou 45% menos pneus. [Imagem: Linköping Universitet]
Em viagens de serviço, carregado com até 950 kg, o caminhão aerodinâmico fez 11 km por litro de biodiesel, exatos 12% mais do que seu equivalente original quadradão. Além disso, o desgaste dos pneus foi reduzido significativamente.
Apesar do resultado, a equipe não tem expectativa de que a aerodinâmica venha a desempenhar um papel importante na indústria de caminhões a curto prazo porque o problema é bem maior do que o vento.
"Aqui, o problema é que ninguém tem total responsabilidade: o caminhão é fabricado em um lugar, os acessórios em outro, e a carroceria em um terceiro. O que a Volvo, Scania e outros fabricantes de caminhões fazem para reduzir o consumo de combustível no veículo é rapidamente devorado pelo baú grande e quadrado que o veículo deve puxar," disse Erik Alfredsson, dono da transportadora que patrocinou o experimento.
Fonte: Inovação Tecnológica

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