Os meteoritos fósseis são encontrados incrustados em outras rochas, sedimentares ou metamórficas. [Imagem: Philipp R. Heck/Universidade de Lund] |
A noção de que o Sistema Solar, depois que se formou, tem permanecido basicamente estável, acaba de ser posta em xeque.
Os cientistas gostam de estudar asteroides e cometas porque acreditam que eles sejam remanescentes do período de formação do nosso sistema planetário. Assim, estudar seu conteúdo poderia nos dar informações de como nossa estrela e seus planetas se formaram a partir de uma massa original, o chamado disco protoplanetário.
Mas parece que a coisa não é assim tão simples - na verdade, como tudo o mais, nosso Sistema Solar está em constante evolução.
Philipp Heck e Birger Schmitz, da Universidade de Lund, na Suécia, descobriram que a composição dos meteoritos se altera ao longo do tempo, o que indica que os asteroides que hoje se aproximam e caem eventualmente na Terra são muito diferentes daqueles que caíram no passado.
Isto vai contra a hipótese de que eles seriam restos do disco protoplanetário que deu origem ao Sistema Solar.
A equipe sueca identificou o que eles chamam de "meteoritos fósseis", ou "meteoritos extintos" - são 43 meteoritos encontrados em uma região da Rússia, cujas datações indicam que eles caíram na Terra, em média, 470 milhões de anos atrás.
Todos eles apresentam uma composição química muito diferente daquela encontrada nos meteoritos que caem na Terra hoje ou que caíram no passado mais recente - na verdade, eles são diferentes de todos os tipos de meteoritos conhecidos.
A conclusão é que o fluxo de meteoritos que caía sobre a Terra era completamente diferente 470 milhões de anos atrás em comparação com aqueles que caem hoje, já que rochas com aquela composição mineralógica não caem mais atualmente.
"Nosso novo estudo mostra que, naquela época, o fluxo era de fato dramaticamente diferente. Até agora, sempre assumimos que o Sistema Solar é estável e, portanto, esperamos que os mesmos tipos de meteoritos tenham caído na Terra ao longo da história, mas agora percebemos que este não é o caso," disse Birger Schmitz.
Na verdade, esta pode ser uma boa notícia para compreendermos melhor o Sistema Solar: a busca e catalogação de um número suficientemente grande de "meteoritos fósseis" pode permitir reconstruir em detalhes a dinâmica não apenas da formação, mas também das mudanças que continuam ocorrendo no Sistema Solar, dizem os pesquisadores.
Fonte: Inovação Tecnológica
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