Tipo e quantidade de açúcar tem mesma importância

A OMS está propondo aumento de impostos para reduzir o consumo de açúcar - ainda que pareça que gostamos do açúcar não pelo doce, mas pelas calorias.
[Imagem: OMS]
Não apenas a quantidade de calorias, mas também o tipo do açúcar que você ingere importa quando o assunto são os riscos de problemas de saúde.

Apesar da enorme quantidade de estudos sobre o açúcar e a saúde, parece que até agora os cientistas não haviam se preocupado em comparar os efeitos do tipo do açúcar sobre as funções metabólica e vascular.

Foi o que fizeram Gemma Sangüesa e seus colegas da Universidade de Barcelona (Espanha), conforme descrito em um artigo publicado na revista científica Heart and Circulatory Physiology.

Os resultados mostraram que importa muito se você está consumindo glicose ou frutose.

Sangüesa adicionou dois tipos de açúcar à alimentação sólida normal de animais de laboratório. O primeiro grupo recebeu uma solução líquida de glicose (uma forma de açúcar encontrada naturalmente no corpo pela quebra dos carboidratos), enquanto o segundo grupo recebeu uma solução de frutose (um tipo açúcar encontrado nas frutas e sucos). Um terceiro grupo, de controle, recebeu um adicional de água.

Os animais receberam as soluções adoçadas por oito semanas, o que equivale a uma pessoa ingerir quantidades excessivas de açúcar por seis anos.

Embora os dois grupos alimentados com açúcar consumissem mais calorias do que o grupo de controle, a ingestão calórica total dos animais alimentados com glicose foi maior do que a ingestão calórica daqueles que receberam frutose.

Mas a observação surpreendente foi que "apesar desta diferença, apenas o grupo da frutose apresentou um aumento significativo no peso corporal final," escreveu a equipe de pesquisa.

Além do maior ganho de peso, o grupo que ingeriu frutose apresentou mais marcadores de doença vascular e lesão hepática do que o grupo da glicose.

Estes marcadores incluem triglicérides elevados, aumento do peso do fígado, diminuição da queima de gordura no fígado (um fator que pode contribuir para a doença hepática gordurosa não-alcoólica) e relaxamento da aorta, que pode afetar a pressão arterial.

Isto indica que um aumento na quantidade de calorias consumidas devido aos adoçantes não é o único fator envolvido no aumento de riscos à saúde a longo prazo. O tipo de açúcar também pode desempenhar um papel no aumento dos fatores de risco para doenças cardíacas, diabetes e outras doenças crônicas.

Fonte: Diário da Saúde

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