Núcleo de silício amorfo construído no interior de um canal dentro da fibra óptica de quartzo. Imagem: Penn State |
Fibra
óptica de semicondutor
Um
novo tipo de fibra óptica híbrida promete multiplicar a capacidade
de transmissão de dados das redes atuais sem grandes revoluções na
infraestrutura.
A
ideia é substituir o quartzo - ou sílica - das fibras ópticas
atuais, um material que é essencialmente um vidro, por um material
semicondutor.
As
fibras de sílica só podem transmitir dados convertidos em pulsos
luminosos. Isso requer equipamentos externos para converter em pulsos
de luz os pulsos elétricos dos aparelhos eletrônicos -
computadores, por exemplo.
Fibras
semicondutoras, por sua vez, poderão transmitir tanto luz quanto os
dados eletrônicos e também serão capazes de completar a conversão
de dados elétricos para ópticos em tempo de voo durante a
transmissão, melhorando a velocidade de transmissão.
A
proposta é da equipe dos professores Venkatraman Gopalan e John
Badding, da Universidade da Pensilvânia, que publicaram uma série
de trabalhos nos últimos meses demonstrando a viabilidade das fibras
ópticas semicondutoras.
A equipe já conseguiu fabricar transistores dentro de fibras, mostrando que fibras ópticas com poder de processamento não são um sonho tão distante. Imagem: He et al./Nature Photonics |
Fibras
ópticas inteligentes
Na
verdade, essa tecnologia começou a ser desenvolvida em 2006, quando
a mesma equipe demonstrou a possibilidade de fabricar
componentes eletrônicos no interior de uma fibra óptica.
Aos
poucos, essas fibras
ópticas com semicondutores foram sendo melhoradas, até ganhar
poder de processamento.
A
equipe conseguiu agora melhorar o núcleo policristalino da fibra
fundindo um núcleo de silício amorfo de alta pureza no interior de
um capilar de 1,7 micrômetro, perfurado na fibra óptica tradicional
de sílica. Depois de ser depositado por um processo a laser, o
material se solidifica, formando cristais individuais com um
comprimento até 2.000 vezes maior do que sua espessura.
Isto
transforma o núcleo policristalino da fibra, cheio de imperfeições,
em um cristal único, muito mais eficiente.
"Agora
nós podemos construir alguns dispositivos reais, não apenas para
telecomunicações, mas também para endoscopia, imageamento, lasers
de fibra e muito mais," disse Gopalan.
Matéria colhida na íntegra em: Inovação Tecnológica
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