É possível sofrer intoxicação por excesso de informações

O estudioso espanhol Alfons Cornella afirma que vê duas possibilidades para que a sociedade consiga evitar a infoxicação, uma delas baseada na tecnologia e outra na psicologia.
[Imagem: Arquivo Pessoal]
Infoxicação

De acordo com o estudioso espanhol Alfons Cornella, podemos ficar intoxicados por recebermos informações demais - tanto que ele criou o neologismo "infoxicação", uma palavra que sintetiza o excesso de informação que atualmente envolve grande parte da sociedade mundial.

A infoxicação decorre do bombardeio constante a que as pessoas estão submetidas pelas redes sociais e pelo acesso à internet em geral, além das convencionais emissoras de rádio, televisão e jornais, segundo o pesquisador.

Para ele, ainda não se compreendeu exatamente as consequências dessa "patologia" que se abate sobre grande número de pessoas porque o processo de conscientização sobre o fenômeno ainda está no início. "Eu diria que é um dos temas que teremos que revolver nos próximos anos. E é melhor que resolvamos de alguma forma, porque, se não, a outra solução é deixar de estar informado, o que poderia ter consequências piores".

Como lidar com o excesso de informação?

Cornella afirma que vê duas possibilidades para que a sociedade consiga evitar a infoxicação: "Uma é aparecer uma tecnologia que nos permita controlar melhor essa quantidade de informação que recebemos. De fato, uma das promessas da inteligência artificial vai nessa direção".

A outra esperança está em uma solução psicológica, um esforço de cada indivíduo para filtrar o imenso volume de informação que chega a ele e, assim, desenvolver critérios para determinar rapidamente qual é confiável e a qual delas dar importância.

Uma boa receita para se imunizar contra a infoxicação seria diferenciar o ler do entender. "O importante é a pessoa determinar que fontes quer ter e quer ler. É cada vez mais relevante ler menos e ler com mais profundidade. É possível ver que se está infoxicado quando não se tem tempo de entender o que está lendo," disse Cornella.

O estudioso recomenda também que as pessoas determinem quais fontes desejam quando buscam por algum tema, para não se dispersar, e que a pessoa não se limite a ler apenas aquilo que está de acordo com o que ela já pensa, ficando aberta a outras versões que contrastem com a sua ideologia para melhor compreender o tema e elevar seu próprio nível de entendimento da questão, o que sempre envolve ouvir os outros.

Fonte: Diário da Saúde

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