Um apetite insaciável faz com que elas sempre queiram mais - o que pode causar sérios problemas para todos. [Imagem: BBC] |
De mania a transtorno obsessivo-compulsivo
Rituais fazem parte da rotina de qualquer criança pequena.
Muitas fazem questão de ouvir sua história favorita antes de dormir,
ou de dar boa noite para seus bichinhos de pelúcia e bonecas. Outras têm
mania de contar árvores quando passeiam de carro ou evitam pisar nas
divisões da calçada enquanto caminham.
Mas, quando esses comportamentos típicos da infância se tornam muito
frequentes e começam a interferir na rotina ou a causar sofrimento, eles
podem ser sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
Os casos em que a doença se manifesta antes dos 10 anos são classificados pelos especialistas como TOC de início precoce.
"Existem fases do desenvolvimento em que os rituais costumam ficar
mais intensos e frequentes, como entre 2 e 5 anos de idade, durante a
adolescência e no período pré-natal - um mês antes de dar à luz e nos
três meses seguintes ao parto para mulheres e homens que se tornam
pais," explica Maria Conceição do Rosário, da Universidade Federal de
São Paulo (Unifesp).
Mas, além dos períodos de vulnerabilidade, é necessário atenção. E nem sempre as repetições significam doença.
Acreditava-se que, quanto mais cedo os sintomas aparecessem, pior
seria a evolução do quadro, mas estudos recentes indicam que não é a
idade de início o fator determinante para um mau prognóstico e sim o
tempo que o paciente permanece sem tratamento.
"Há uma diferença entre ter sintomas obsessivo-compulsivos e ter TOC.
Essa diferenciação é feita com base em três fatores: o tempo que a
pessoa gasta com os rituais e pensamentos obsessivos, a interferência
que eles causam em sua rotina e o incômodo que eles provocam.
"Se a criança começa a se atrasar para atividades, deixa de brincar
por medo de se sujar ou porque acha que aquilo vai dar azar, ou não
consegue dormir se a mãe não contar a mesma história várias vezes do
mesmo jeito e fica transtornada com a situação, pode ser um sinal de
alerta. Mas quando não são muito frequentes, nem muito intensos, os
sintomas obsessivo-compulsivos podem ser organizadores e auxiliar no
desenvolvimento," completa a pesquisadora.
Crianças que não conseguem parar de comer
E se o problema for comer demais?
A maioria das crianças gosta de comer. Mas, para algumas, um apetite
insaciável faz com que elas sempre queiram mais - o que pode causar
sérios problemas para todos.
Especialistas apontam para alimentação ruim (por exemplo, ênfase em
alimentos pobres em nutrientes e ricos em gordura e açúcar), baixos
índices de amamentação e estilos de vida sedentários como as principais
causas do problema.
E apetite, dizem os especialistas, é algo que varia de pessoa para pessoa.
Em um extremo, estão as crianças que comem feito passarinhos, no outro, as que comem quase constantemente.
"Sabemos muito pouco, o apetite é uma coisa muito complexa", disse
Sadaf Farooqi, professora de metabolismo e medicina da Universidade de
Cambridge. "O que sabemos é que há um fator genético, herdado (dos pais)
para o apetite, mas ele também é regulado pelo ambiente e
comportamento, entre outras coisas".
Gostos pessoais também interferem. Os cientistas sabem, por exemplo,
que a experiência do paladar varia de pessoa para pessoa e o que tem
sabor delicioso para uns pode ser absolutamente desagradável para
outros.
Muitos especialistas, no entanto, são da opinião de que a causa do
problema seriam comportamentos inconscientes dos pais. Por exemplo,
servir para as crianças porções de adultos, em pratos de adultos.
Fonte: Diário da Saúde
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