Nas novas técnicas de comunicação, os dados são registrados em pequenos retardos no tempo de chegada das ondas, e não mais em pulsos que exigiam ligar e desligar a luz. [Imagem: Caltech] |
Um novo tipo de laser promete multiplicar várias vezes a velocidade
de transmissão de dados nas redes de fibras ópticas que formam a espinha
dorsal da internet.
Christos Santis e seus colegas do Instituto
de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, conseguiram otimizar um
equipamento já usado hoje, chamado laser semicondutor com retroação
distribuída, ou S-DFB (distributed-feedback semiconductor).
Laser S-DFB
A
luz pode transportar grandes quantidades de informação, com uma largura
de banda cerca de 10.000 vezes maior do que as micro-ondas, que antes
eram usadas nas comunicações de longa distância.
Mas, para tirar
proveito de todo esse potencial, a luz do laser precisa ser tão
espectralmente pura quanto possível - o mais próximo possível de uma cor
única, ou de uma única frequência.
Quanto mais pura a cor do
laser, mais informações ele pode transportar. É por isso que, há
décadas, os engenheiros vêm tentando desenvolver um laser que chegue o
mais perto possível de emitir apenas uma frequência.
Os lasers
S-DFB são bons, mas eles foram desenvolvidos em meados da década de 1970
- sua pureza espectral, ou coerência, já não satisfaz a demanda
crescente por largura de banda.
Originalmente, um laser S-DFB
consiste em camadas cristalinas contínuas de materiais chamados
semicondutores III-V - tipicamente arseneto de gálio e fosfeto de índio -
que convertem em luz a corrente elétrica que flui através da estrutura
em camadas.
O problema é que semicondutores III-V também são
fortes absorvedores de luz, e esta absorção leva a uma degradação da
pureza espectral.
Christos Santis encontrou a salvação onde poucos poderiam suspeitar: no silício, que não é mais afeito às tecnologias ópticas.
O
novo laser continua usando os semicondutores III-V para converter a
corrente elétrica em luz, mas armazena a luz em uma camada de silício,
que não a absorve, gerando uma saída de luz de alta coerência.
Este
elevado grau de pureza espectral - uma faixa de frequências 20 vezes
mais estreita do que é possível com o laser S-DFB original - poderá ser
especialmente importante para as comunicações de fibra óptica do futuro.
O novo laser continua usando os semicondutores III-V para converter a corrente elétrica em luz, mas armazena a luz em uma camada de silício. [Imagem: Christos Santis et al./Pnas] |
Dados gravados nos retardos
Originalmente, os
feixes de laser nas fibras ópticas transportavam informações em pulsos
de luz, o que significa que o laser era ligado e desligado rapidamente
para representar os 0s e 1s.
Com a crescente demanda por largura
de banda, os engenheiros de sistemas de comunicação estão começando a
adotar um novo método de registrar os dados nos raios laser que dispensa
esta técnica "liga-desliga" - o novo método é chamado de comunicação
por fase coerente.
Nas comunicações de fases coerentes, os dados
são registrados em pequenos retardos no tempo de chegada das ondas.
Esses atrasos - que duram por volta de 10-16 segundo - podem transmitir a informação com precisão mesmo ao longo de milhares de quilômetros.
Contudo,
o número de possíveis retardos, e, assim, a capacidade de banda do
canal, é fundamentalmente limitada pelo grau de pureza espectral do
laser.
Esta pureza nunca pode ser absoluta - uma limitação imposta
pelas leis da física - mas, com o novo laser, será possível chegar o
mais perto possível da pureza absoluta.
Fonte: Inovação Tecnológica
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