Ilustração artística do primeiro pulsar de anã branca descoberto no Universo. [Imagem: Mark Garlick/University of Warwick] |
A 380 anos-luz de distância da Terra foi identificado um exótico sistema binário de estrelas, caracterizado como um pulsar de
anã branca - o primeiro corpo celeste desse tipo a ser descoberto no
Universo.
Os pulsares, descobertos na década de 1960, são associados a corpos
celestes muito diferentes, chamados estrelas de nêutrons, estrelas que
chegaram ao fim de suas vidas e podem esgotar sua energia em uma
explosão conhecida como supernova.
A estrela binária AR Scorpii (AR Sco) é um pulsar derivado de uma
anã branca, o resto de uma estrela em rotação muito rápida, mas que não
tem massa suficiente para colapsar em uma estrela de nêutrons.
O diâmetro de cerca de
6.000 km da anã branca é o que torna esse pulsar de anã branca único, deixando-o cerca de 300 vezes maior do que
qualquer pulsar de estrela de nêutrons.
Essa anã branca dispara em direção à sua vizinha - uma anã vermelha -
poderosos feixes de partículas elétricas e radiação, fazendo com que o
sistema todo brilhe e esmaeça dramaticamente duas vezes a cada dois
minutos, um comportamento parecido com um farol, típico dos pulsares.
A equipe do Observatório Astronômico Sul-Africano e da Universidade
de Warwick (Reino Unido) propôs que a "chicotada" de energia que a AR
Sco dispara é um feixe focalizado, emitindo radiação concentrada em uma
única direção - como um acelerador de partículas -, algo que é único no
Universo conhecido.
Esse feixe acelera os elétrons na atmosfera da anã vermelha até
próximo da velocidade da luz, um efeito nunca observado antes em tipos
semelhantes de estrelas binárias. Assim, a anã vermelha é literalmente
alimentada pela energia cinética de sua vizinha de giro rápido.
A conclusão da equipe é que o sistema é dominado por emissões
não-termais, uma característica dos pulsares. O feixe atinge níveis de
polarização de até 40%, o que está entre os maiores níveis de
polarização já detectados em objetos astronômicos.
O binário AR Sco está na constelação do Escorpião, a 380 anos-luz da
Terra, um vizinho próximo em termos astronômicos. A anã branca é do
tamanho da Terra, mas 200.000 vezes mais maciça, e orbita uma estrela
fria, com um terço da massa do Sol, a cada 3,6 horas. O campo
eletromagnético do sistema é 100 milhões de vezes mais forte do que o da
Terra.
Fonte: Inovação Tecnológica
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