Concepção artística do planeta gigante gasoso gêmeo de Júpiter em órbita de uma estrela gêmea do Sol, a HIP 11915.[Imagem: ESO/M. Kornmesser] |
Uma equipe internacional liderada pelo astrônomo Jorge Melendez, professor no Instituto de Astronomia da USP, descobriu um planeta com uma massa muito semelhante à de Júpiter, em órbita de uma estrela semelhante ao Sol.
Embora já se tenham descoberto muitos planetas semelhantes a Júpiter, a uma variedade de distâncias de estrelas do tipo solar, o planeta agora descoberto, tanto em termos de massa como de distância à sua estrela hospedeira, e em termos de semelhança entre esta estrela e o nosso Sol, é o análogo mais preciso encontrado até agora do Sol e de Júpiter.
De acordo com as teorias atuais, a formação de planetas com a massa de Júpiter desempenha um papel importante na arquitetura dos sistemas planetários. A existência de um planeta com a mesma massa e numa órbita semelhante à de Júpiter em torno de uma estrela do tipo do Sol abre a possibilidade de que o sistema planetário em torno desta estrela seja semelhante ao nosso próprio Sistema Solar.
A estrela HIP 11915 tem aproximadamente a mesma idade que o Sol e uma composição química semelhante à do Sol, o que sugere que possam existir também planetas rochosos em órbitas mais próximas da estrela.
Até agora, os rastreios de exoplanetas têm sido mais sensíveis a sistemas planetários que são povoados nas suas regiões mais internas por planetas muito grandes, com massas de, no mínimo, algumas vezes a massa da Terra. Isto contrasta com o Sistema Solar, onde existem pequenos planetas rochosos nas regiões interiores e gigantes gasosos, como Júpiter, mais para o exterior.
De acordo com as teorias mais recentes, a arquitetura do Sistema Solar, propícia ao desenvolvimento da vida como a conhecemos, foi possível graças à presença de Júpiter e da sua influência gravitacional exercida no Sistema Solar durante a fase da sua formação.
Isto leva a crer que encontrar um planeta gêmeo de Júpiter é um marco importante na busca de um sistema planetário que seja semelhante ao nosso.
A equipe liderada pelos brasileiros vinha observando estrelas do tipo do Sol numa tentativa de encontrar um sistema planetário semelhante ao nosso.
"A procura de uma Terra 2.0 e de um Sistema Solar 2.0 completo é um dos esforços mais excitantes da astronomia. Estamos muito entusiasmados por fazer parte desta investigação de vanguarda, tornada possível pelas infraestruturas observacionais disponibilizadas pelo ESO [Observatório Europeu do Sul]," disse Jorge Melendez - o Brasil é sócio do Observatório Europeu do Sul.
A hospedeira do planeta, a gêmea solar HIP 11915, não é apenas semelhante ao Sol em termos de massa, mas tem também aproximadamente a mesma idade. Fortalecendo ainda mais as similaridades, a composição desta estrela é semelhante à do Sol. A assinatura química do nosso Sol pode estar parcialmente marcada pela presença de planetas rochosos no Sistema Solar, o que indica a possibilidade da existência de planetas rochosos em torno da HIP 11915, que ainda deverão ser localizados.
As atuais técnicas de detecção são mais sensíveis a planetas grandes ou massivos situados próximo das suas estrelas hospedeiras. Planetas pequenos e de pequena massa estão, na maioria dos casos, além das nossas atuais capacidades de detecção.
Planetas gigantes que possuem órbitas mais afastadas das suas estrelas são também mais difíceis de detectar. Consequentemente, muitos dos exoplanetas que conhecemos atualmente são enormes e/ou massivos, e situam-se próximo das suas estrelas progenitoras.
Fonte: Inovação Tecnológica
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