"Quando eu ouço a história de um
colega, ela se conecta com a história que eu estou contando a mim
mesmo sobre quem eu quero ser no futuro." Imagem: Univ.
Michigan.
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"Por que
eu tenho que aprender isso?"
Para quem é
professor ou tem filhos em idade escolar, esta é uma pergunta já
ouvida muitas vezes.
A novidade é
que uma resposta a essa questão, frequentemente feita por jovens e
adolescentes, será muito mais convincente se for dada pelos colegas
daquele que pergunta, em vez de pelos pais ou professores.
Em uma pesquisa
feita pela Universidade do Estado de Michigan (EUA), estudantes que
receberam um arrazoado sobre por que a aprendizagem de um tema é
importante reagiram e alcançaram resultados bem diferentes
dependendo de quem tinha escrito a justificativa: Se pessoas como
eles, de faixa etária semelhante, ou pais ou professores.
Aqueles que
receberam a injeção de ânimo de pessoas mais parecidas com colegas
- eram atores que se faziam passar por estudantes do ano seguinte -
escreveram redações mais significantes e obtiveram uma nota final
melhor do que os alunos que receberam a mesma lógica do professor do
curso.
"Em outras
palavras, como aluno, posso me identificar com os meus colegas e
imaginar-me usando o material do curso da mesma forma que eles. Isso
dá ao material um significado e um sentido de propósito que vão
além da memorização. Quando eu ouço a história de um colega, ela
se conecta com a história que eu estou contando a mim mesmo sobre
quem eu quero ser no futuro," interpreta Cary Roseth, professor
de psicologia educacional de Universidade de Michigan.
E, quando se
depararem novamente com a pergunta "Por que preciso aprender
isso?", talvez seja melhor que os pais e professores
simplesmente não respondam.
Curiosamente,
os estudantes que não receberam nenhuma argumentação a favor do
aprendizado tiraram notas melhores do que aqueles que receberam os
argumentos dos professores ou pais. Os alunos que receberam o
raciocínio dos colegas tiraram uma média de 92 pontos em 100; os
que não receberam nenhum raciocínio tiraram em média 90 pontos, e
aqueles que receberam o raciocínio do professor alcançaram apenas
86 pontos em média.
"Constatamos
que receber a justificativa do professor levou a notas finais mais
baixas do que a argumentação dos colegas e do que a ausência de
argumentação," confirma Roseth. "Isso dá suporte à
ideia de que, motivacionalmente, o fato de que os professores
controlam as notas, dizem aos alunos o que fazer, e assim por diante,
pode estar trabalhando contra seus esforços para aumentar a
valorização dos seus alunos da importância das aulas."
A pesquisa foi
publicada no International Journal of Educational Research.
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