![]() |
O vórtice na água funciona como um análogo de um buraco negro.Imagem: University of Nottingham |
Buraco negro na banheira
Na busca de compreender a verdadeira anatomia de um buraco negro, uma equipe da
Universidade de Nottingham, no Reino Unido, adotou um enfoque inusitado.
Eles criaram uma banheira especial para estudar
buracos negros.
E parece ter dado certo, porque eles conseguiram
comprovar um fenômeno conhecido como superradiância.
"Esta pesquisa tem sido particularmente
empolgante de se trabalhar, já que juntou a experiência de físicos, engenheiros
e técnicos para alcançar nosso objetivo comum de simular as condições de um
buraco negro e provar que a superradiância existe. Acreditamos que nossos
resultados motivarão mais pesquisas sobre a observação da superradiância na
astrofísica," disse a professora Silke Weinfurtner, coordenadora da
equipe.
![]() |
Foi necessário experimentar com ondas de várias frequências até que a superradiância se manifestasse. Imagem: Theo Torres et al. - 10.1038/nphys4151 |
Superradiância
O experimento na banheira baseou-se na teoria de
que uma área imediatamente fora do horizonte de eventos de um buraco negro
rotativo - o ponto gravitacional de não-retorno de um buraco negro - será
arrastada pela rotação.
Isso implica que qualquer onda que entrar nesta
região, mas não avançar além do horizonte do eventos, deverá ser desviada e
sair com mais energia do que quando entrou - este é o efeito conhecido como
superradiação, ou superradiância.
Em outros termos, a superradiância representa
extração de energia de um buraco negro rotativo, sendo um precursor da radiação Hawking - uma versão quântica da superradiação
do buraco negro.
![]() |
A equipe, prestes a mergulhar em sua banheira em busca dos segredos dos buracos negros. Imagem: University of Nottingham |
E a banheira?
Como não dá para estudar um buraco negro
diretamente, os físicos precisam ser criativos. A equipe bolou então um
"análogo", um fenômeno que lembra o objeto a ser estudado.
Neste caso, eles usaram o redemoinho que se forma
quando a água de uma banheira escoa rapidamente pelo ralo.
A "banheira-negra" tem 3 metros de
comprimento, 1,5 metro de largura e 50 centímetros de profundidade. Para fazer
experimentos continuamente, a água é recirculada por um circuito fechado,
garantindo que o redemoinho possa ser observado cuidadosamente.
A equipe foi então variando a frequência das ondas
geradas até que o fenômeno da superradiância se manifestasse, o que pode ser
verificado usado um aparato óptico especial, que a equipe chama de "sensor
3D da interface ar-fluido".
E as curiosidades do experimento não param na
banheira: para medir o campo de fluxo - a velocidade com que o análogo do
buraco negro gira - a equipe usou pequenos pontos furados em papel branco por
uma máquina de costura caseira, apenas modificada ligeiramente para espetar a
agulha nos pontos certos do papel.
Matéria colhida na íntegra em: Inovação Tecnológica
0 Comentários
Com seus comentários, você ajuda a construir esse ambiente. Sempre que opinar sobre as postagens, procure respeitar a opinião do outro.
Muito obrigado por participar de nosso Blog!
Abraços!