O nível de bem-estar dos idosos é determinado sobretudo pelos fatores psicossociais. Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay |
De forma
um tanto surpreendente, o bem-estar na terceira idade depende
sobretudo dos fatores psicossociais. As deficiências físicas,
decorrentes de doenças ou do próprio envelhecimento, tendem a
desempenhar um papel secundário.
"O
envelhecimento por si mesmo não está inevitavelmente associado a um
declínio no humor e na qualidade de vida. Em vez disso, são fatores
psicossociais, como a depressão ou a ansiedade, que prejudicam o
bem-estar subjetivo. E, no caso das mulheres, viver sozinha também
desempenha um papel importante," relata o professor Karl-Heinz
Ladwig, que fez esta pesquisa com seus colegas do Centro Helmholtz e
da Universidade Técnica de Munique (Alemanha).
Para
chegar a essas conclusões, o Prof. Ladwig e sua equipe basearam-se
em dados provenientes de cerca de 3.600 voluntários, com uma idade
média de 73 anos, que participaram de um estudo chamado KORA-Age,
sendo monitorados por quase 30 anos, da meia-idade até a terceira
idade.
"O
que tornou este estudo particularmente interessante foi o fato de que
o impacto do estresse sobre o bem-estar emocional foi analisado em um
contexto mais amplo e não clínico," explicou Karoline
Lukaschek, coautora do trabalho. "Nosso estudo, portanto,
incluiu explicitamente ansiedade, depressão e distúrbios do sono."
Mesmo
com os voluntários sendo acompanhados em relação a todos os
aspectos de sua saúde, as causas mais importantes para o bem-estar
subjetivo revelaram ser principalmente fatores psicossociais: acima
de tudo, a depressão e os transtornos de ansiedade tiveram o maior
efeito negativo em um bem-estar que, na linha de base, se mostrou
bastante elevado. Ter baixo rendimento financeiro e problemas
de sono também tiveram um efeito negativo.
Mesmo uma
saúde física fraca, envolvendo, por exemplo, baixa atividade física
ou a chamada multimorbidade, mostraram ter pouco impacto na
satisfação com a vida relatada pelos participantes. Entre as
mulheres, viver sozinha também aumentou significativamente a
probabilidade de uma baixa sensação de bem-estar.
"Os
resultados deste estudo demonstram claramente que serviços e
intervenções adequados podem desempenhar um papel importante para
as pessoas idosas, especialmente para as mulheres mais velhas que
vivem por conta própria," afirma o professor Ladwig. "E
isso é ainda mais importante dado que sabemos que altos níveis de
bem-estar subjetivo estão ligados a um menor risco de mortalidade".
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