Imagens que ilustram notícias podem desencadear atos de compaixão, mas quando se trata da formação de pontos de vista políticos, nada supera um bom texto. Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay |
É
bem sabido que uma imagem forte pode evocar uma resposta emocional
também forte.
Mas
será que uma imagem é capaz de influenciar a opinião política de
um indivíduo a ponto de fazê-lo mudar de ideia?
Tom
Powell, Claes de Vreese e Hajo Boomgaarden, pesquisadores da
Universidade de Amsterdã (Holanda), decidiram checar isto, para
verificar se o dito popular de que uma imagem vale mais do que mil
palavras vale também para as posturas ideológicas.
Parece
que não - ao menos não a imagem sozinha, sem nenhum texto
associado, concluíram eles.
O
que se verificou é que as imagens que ilustram notícias podem
desencadear atos de compaixão, mas quando se trata da formação de
pontos de vista políticos, nada supera um bom texto.
A
equipe fez vários experimentos nos quais os voluntários foram
expostos a histórias de alto impacto em temas emotivos, como a crise
europeia de refugiados e a intervenção militar em conflitos
estrangeiros. Os participantes viam várias combinações de imagem e
texto em formato de artigos e de vídeos. Posteriormente, eles davam
suas opiniões e comportamentos em relação a esses tópicos.
As
imagens mostraram-se particularmente boas para evocar emoções
- simpatia pelos refugiados, por exemplo - e, por sua vez,
desencadear comportamentos como doar dinheiro ou assinar uma petição
a favor dessas pessoas.
No
entanto, as imagens não se mostraram capazes de mudar as opiniões a
longo prazo. Em vez disso, os experimentos mostraram que o texto é
melhor para mudar essas opiniões, provavelmente porque requer mais
engajamento por parte do leitor e, por sua vez, o envolve no assunto.
"Nós
também descobrimos que ver uma notícia sobre, digamos, a crise dos
refugiados, em um artigo noticioso, encorajou as pessoas a ajudar os
refugiados mais do que vê-la em formato de vídeo. Mais uma vez,
nossos resultados sugerem que, no geral, quando as pessoas leem
notícias, elas se envolvem mais com ela do que se a assistirem.
"[...]
Imagens 'poderosas' podem atrair as pessoas para a notícia, mas os
cidadãos não serão completamente conquistados por elas - é como
as imagens se combinam com as palavras e com o conhecimento prévio
da audiência o que realmente importa," concluiu Powell.
Fonte: Diário da Saúde
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