Exoplaneta "habitável" encontrado na estrela mais próxima

Impressão artística do céu visto da superfície do exoplaneta Proxima b. Sua estrela tem um tom avermelhado, podendo-se ver também a estrela dupla Alfa Centauro AB. [Imagem: ESO/M. Kornmesser]
Astrônomos acabam de descobrir um planeta orbitando a estrela mais próxima do Sistema Solar, Próxima Centauro, que está a 4,22 anos-luz de nós.
Designado preliminarmente por Próxima b, o planeta é rochoso, com uma massa pouco superior à da Terra, e encontra-se na chamada zona habitável, a distância da sua estrela que garante uma temperatura adequada para a existência de água líquida em sua superfície - se lá houver água.
A estrela Próxima Centauro é uma anã vermelha, bastante fria, portanto fraca demais para ser observada a olho nu - por telescópios, ela é visível sobretudo a partir do Hemisfério Sul. Ela está na constelação do Centauro, perto do par de estrelas muito mais brilhante conhecido como Alfa Centauro AB.
Em 2012, já havia sido encontrado um exoplaneta em Alfa Centauro, considerado até agora o planeta extrassolar mais próximo de nós.
Devido ao grande interesse em encontrar o exoplaneta mais próximo da Terra, a Próxima Centauro vem sendo observada regularmente por astrônomos do Observatório ESO, usando o espectrógrafo HARPS, montado em um telescópio de 3,6 metros em La Silla, no Chile - o HARPS mede a velocidade radial da estrela, que varia ligeiramente pela influência gravitacional dos seus planetas.
Exoplaneta
Outra visualização artística do exoplaneta mais próximo da Terra: Próxima b. [Imagem: ESO/G. Coleman]
Em determinadas épocas, Próxima Centauro se aproxima da Terra com uma velocidade de cerca de 5 km/hora - a velocidade normal de caminhada de um ser humano - e em outras se afasta à mesma velocidade. Esse padrão regular de variação nas velocidades radiais repete-se com um período de 11,2 dias. Uma análise cuidadosa dos minúsculos desvios Doppler resultantes mostrou que estes desvios indicam a presença de um planeta com uma massa de pelo menos 1,3 vez a massa da Terra, orbitando a cerca de 7 milhões de km de Próxima Centauro - apenas 5% da distância Terra-Sol.
Embora o planeta Próxima b orbite sua estrela muito mais próximo do que Mercúrio do Sol, sua estrela é muito menos brilhante e mais fria que o Sol, o que faz com que Próxima b se situe dentro da zona habitável, com uma temperatura superficial estimada que permite a presença de água líquida. Por outro lado, as condições na superfície do exoplaneta podem ser fortemente afetadas pelas erupções de raios ultravioleta e de raios X da estrela, que são muito mais intensas que as sentidas na Terra vindas do Sol.
"Os primeiros indícios da existência de um possível planeta em torno de Próxima Centauro foram observados em 2013, no entanto a detecção não foi convincente. Desde essa época temos trabalhado arduamente de modo a obter mais observações a partir do solo com a ajuda do ESO e outras instituições. Preparamos a campanha Pálido Ponto Vermelho por cerca de dois anos," conta o astrônomo Guillem Anglada, da Universidade Rainha Maria, de Londres.
O nome da campanha - Pálido Ponto Vermelho - é uma referência à famosa expressão "Pálido Ponto Azul", de Carl Sagan, astrônomo que inspirou a NASA a virar a sonda espacial Voyager 1 para trás em 1990, para que ela fotografasse os planetas que havia visitado - na foto, a Terra foi descrita por Sagan como um pálido ponto azul.
Fonte: Inovação Tecnológica

Postar um comentário

0 Comentários