Contratada
pela NASA, a empresa GAC (Global Aerospace Corporation)
desenvolveu o conceito de uma sonda espacial para pousar em Plutão.
Se
antes ir a Plutão era uma curiosidade científica - todos os
planetas já haviam sido visitados -, agora essa curiosidade aumentou
muito com os resultados obtidos pela sonda New
Horizons,
que mostrou um planeta-anão extremamente rico em formações
geológicas e com estruturas que ainda estão fazendo os cientistas
coçarem a cabeça em busca de hipóteses para explicá-las.
Ao
contrário da New Horizons, que apenas passou chispando por
Plutão, a ideia é desacelerar usando o atrito com a fina atmosfera
de Plutão e então pousar suavemente.
"A
pressão [atmosférica] na superfície de Plutão é apenas 10
milionésimos a da Terra, mas sua atmosfera é extremamente
espalhada, estendendo-se por 1.600 km acima da superfície,"
explicou o professor Benjamin Goldman, idealizador do projeto. "Essa
atmosfera estendida e de densidade ultrabaixa é ideal para dissipar
grandes quantidades de energia cinética por meio do arrasto
aerodinâmico, mas a chave é fazer a área de arrasto muito grande,
ao mesmo tempo mantendo o peso do sistema no mínimo."
Ou
seja, a sonda não precisará apenas ser leve - ela deverá ser
enorme, com uma área superficial equivalente a um campo de futebol.
Essa área será fornecida pelo desacelerador, que irá se abrir na
aproximação final ao planeta anão.
Depois
de pousar, o veículo passará para um "modo salto",
tirando proveito da baixa força gravitacional do planeta anão.
Esses saltos gastarão pouco combustível, tornando essa uma
alternativa mais interessante do que um sistema de rodas e motores
elétricos, que teriam que ser alimentados por fonte nuclear, já que
Plutão está distante demais do Sol para usar painéis solares.
Cada
disparo do foguete deverá levar a sonda a centenas ou mesmo milhares
de quilômetros de distância, o que permitirá estudar várias
formações geológicas.
Se
a tecnologia for aprovada pelo Escritório de Estudos Avançados da
NASA, o próximo passo consistirá no desenvolvimento de um protótipo
em pequena escala, a ser lançado da Estação Espacial Internacional
como um cubesat. Na hipótese mais otimista, a missão poderia
estar pronta para ir a Plutão em 12 anos.
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