Durante
muito tempo, as ondas gravitacionais foram um dos maiores mistérios
da ciência.
Albert
Einstein estava certo de que existiam, e as ondas gravitacionais
(nome criado por ele, por sinal) foram uma das bases de sua Teoria
Geral da Relatividade, uma das postulações mais revolucionárias da
história da ciência.
E,
na última quarta-feira, o Observatório Europeu de Gravidade (EGO),
em Cascina, na Itália, anunciou a detecção de ondas com massa
cerca de 53 vezes maior que o Sol.
As
ondas, geradas pela fusão de dois buracos negros gigantes, foram
captadas em agosto, geradas a uma distância de 1,8 bilhão de
anos-luz.
Foi
apenas a quarta vez que astrônomos detectaram as ondas, a primeira
fora dos EUA. Mais precisamente pelo Virgo, equipamento subterrâneo
situado nas cercanias da cidade italiana de Pisa.
As
três detecções anteriores foram obtidas pelo Observatório
Gravitacional de Interferometria Laser (Ligo), em Hanford, no Estado
americano de Washington.
Sheila
Rowan, astrofísica da Universidade de Glasgow, na Escócia, afirmou
à BBC que os registros estão permitindo aos cientistas uma nova
compreensão dos buracos negros.
"Estamos
perto de ver uma nova história de como os buracos negros se formaram
e evoluíram através da história do Universo. A informação está
quase ao nosso alcance."
Os
buracos negros se formam no final da vida de supernovas - estrelas de
grande massa que implodem e geram um campo magnético tão forte que
absorve até a luz.
O que são as ondas gravitacionais
Segundo
Einstein, todos os corpos em movimento no espaço se fundem à malha
do espaço e geram ondas, como as formadas quando uma pedra cai em um
rio.
Sua
detecção é considerada um dos maiores avanços da Física nas
últimas décadas.
Perceber
as distorções no tempo-espaço representa uma mudança fundamental
no estudo do Universo, pois permite observar eventos passados
invisíveis a radiotelescópios ou telescópios.
Enquanto
a luz se dispersa ao atravessar meios distintos - como ocorre, por
exemplo, quando chove e se forma um arco-íris -, isso não ocorre
com as ondas gravitacionais.
Isso
permite a cientistas ter maior ideia do que ocorreu com estrelas
situadas a milhões ou bilhões de anos-luz de nosso planeta.
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